Psicoterapia Breve

17/06/2021 às 20:06 Hipnose

Psicoterapia Breve

As psicoterapias têm sido reconhecidas ao longo do tempo como pilares para a resolução de problemas de saúde mental, ao lado da farmacoterapia, da reabilitação psicossocial e profissional, dentre outras. Diante do imenso número de pessoas que atualmente sofrem de perturbações mentais, algumas intervenções foram pensadas, tais como a terapia breve. Dá uma olhada!

O que é psicoterapia breve?

A psicoterapia breve é uma técnica que atua em condições especiais, determinadas claramente, e das quais dependerá seu sucesso. Não se trata de um encurtamento do processo psicoterapêutico como pode ser confundida, mas, sim, de uma técnica focal, que visa alcançar objetivo planejado, privilegiando um campo a ser tratado, dentre tantos outros existentes no indivíduo. Embora breve, esse tipo de terapia também necessita de planejamento acurado e de atividade por parte do terapeuta.

Sua proposta não é produzir mudanças na estrutura da personalidade, dado o prazo limitado com que trabalha, embora possa produzir modificações dinâmicas no indivíduo. A maioria dos terapeutas trabalha com limite de tempo, definido logo no início ou depois de algumas sessões. Existem alguns procedimentos seguidos pela psicoterapia breve, tais como:

  • estabelecimento de um foco a ser trabalhado;
  • definição dos objetivos a serem alcançados;
  • formulação de um planejamento de estratégias.

Um exemplo de intervenção breve são sessões semanais de 45 minutos, podendo durar ao todo 20 sessões, dependendo do caso, no qual há possibilidade de alta com menor número de atendimentos.

Diferente de outras abordagens, o psicoterapeuta breve é bastante ativo durante as sessões, atuando de maneira direta e participativa em todo o processo terapêutico.

Fases da psicoterapia breve

De modo geral, a psicoterapia breve é dividida em fases, sendo a fase inicial caracterizada pela avaliação psicodiagnóstica, a qual ajuda a identificar os padrões gerais de funcionamento do paciente e do meio em que está inserido. Também nesta fase, se elabora um planejamento terapêutico, em outras palavras, identifica-se as queixas principais, o foco que será trabalhado, o objetivo que se pretende alcançar com a terapia e a duração do processo. Na fase medial é onde o terapeuta aplicará técnicas planejadas, trabalhando o foco identificado na primeira fase, fazendo a manutenção e adaptação destas estratégias e revisão de meio de processo sobre o trabalho realizado até então. A fase final é quando o processo terapêutico começa sua finalização, onde podem ser realizadas em conjunto com ele uma “retrospectiva” do que foi trabalhado. É importante que haja um follow-up do paciente, acompanhando os objetivos que foram alcançados e se mantiveram após o término da psicoterapia breve.

Abordagens da psicoterapia breve

Existem diversas abordagens que podem embasar a psicoterapia breve:

Abordagem psicanalítica: é uma abordagem que respeita o viés psicanalítico, ou seja, a investigação da transferência, a interpretação, a neutralidade e as associações livres. Nesse sentido, a resolução de sintomas não é o eixo principal da terapia, mas a busca pela compreensão de sentidos.

Abordagem psicodinâmica: sua origem seria na psicanálise, mas seu modo de trabalhar se revela mais diretivo e intervencionista.

Terapia cognitiva: baseia-se na inter-relação entre cognição, emoção e pensamento no funcionamento do ser humano, e salienta a importância do pensamento sobre o afeto, o comportamento, a biologia e o ambiente. A ideia é trabalhar o processamento de informações, ou seja, o ato de atribuir significado a sentimentos, pessoas, fatos, forma a base do comportamento, influenciando a visão de futuro e da própria identidade.

Terapia comportamental: a busca pelas causas dos sintomas do paciente é analisada desde seu histórico de vida, sendo levado em consideração todas suas experiências no passado. É uma terapia baseada em evidências, sempre utilizando a análise funcional na busca da raiz do problema e possíveis intervenções planejadas.

Hipnoterapia: a partir da terapia Ericksoniana a hipnose tem sido uma ferramenta pontual, voltada para a resolução de sintomas.

Programação Neuro Linguística: seu enfoque se volta para a ideia de que o modelo de linguagem que um indivíduo possui amplia ou reduz a compreensão do mundo exterior. Ao acreditar que a linguagem nos influencia e aos outros, a PNL busca os padrões que, sem percebermos, utilizamos para nos relacionar com o mundo e conosco.

Ramificações da psicoterapia breve

A psicoterapia breve também tem sido dividida em “estrutural ou do impulso”, cujo objetivo e tempo seriam delimitados previamente, e através de entrevistas e testes psicológicos se elabora um diagnóstico para uma demanda associada à queixa atual do paciente, com esses dados é possível elaborar um trabalho terapêutico, onde o terapeuta age de forma ativa e seletiva; o “relacional”, modelo que se preocupa menos com técnica, com limites rígidos de tempo e com critérios de seleção, dando maior importância à experiência, a relação aqui e agora, onde o terapeuta age como observador participante; e o “integrativo”, no qual o terapeuta faz uso de diversos recursos, que serão analisados e adaptados de acordo com a necessidade do paciente, priorizado neste modelo de terapia.

Aplicações da psicoterapia breve

A psicoterapia breve tem sido indicada para tratamento específico de diversos transtornos, tais como o transtorno depressivo leve (conhecido como distimia), o tratamento da depressão, tratamento da ansiedade, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, distúrbios de ajustamento, reação a estresse graves e alguns transtornos de personalidade. Também foi demonstrada eficácia relativa em casos de transtorno depressivo moderado, fobias específicas, TOC, transtornos alimentares e outros transtornos da personalidade.

A psicoterapia breve é contraindicada em casos de síndromes orgânicas, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno de personalidade antissocial, retardo mental e autismo.

Quando procurar psicoterapia breve?

Existem alguns critérios que podem ajudar a identificar se a psicoterapia que você busca é a psicoterapia breve. Veja só:

  1. Sua demanda ou problema é específico.
  2. Você possui um alto grau de motivação para a terapia, para entender a si próprio e para mudar.
  3. Você tem a capacidade de expressar seus sentimentos e interagir flexivelmente com o terapeuta.
  4. Você tem disposição para participar ativamente da avaliação do seu problema.
  5. Você tem capacidade para reconhecer seus sintomas de origem psicológica.
  6. Você é curioso a seu próprio respeito.
  7. Você está aberto a novas ideias.
  8. Você tem expectativas realistas em relação aos resultados do tratamento.
  9. Você está disposto a fazer um sacrifício razoável, seja de tempo, dinheiro ou disponibilidade interna para lidar com questões muitas vezes desagradáveis.

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Referências:

LUSTOSA, M.A. A psicoterapia breve no hospital geral. Rev. SBPH. 2010;13(2).

SANTEIRO, T.V. Psicoterapia breve psicodinâmica preventiva: pesquisa exploratória de resultados e acompanhamento. Psicol. Estud. 2008;13(4).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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