Quem pode ser hipnotizado?

12/12/2021 às 19:19 Hipnose

Quem pode ser hipnotizado?

As características da hipnose ainda deixam muitas dúvidas como, por exemplo, quem pode ser hipnotizado, uma pergunta que pode trazer uma série de mitos e medos por trás. Veja se todo mundo pode ser hipnotizado!

O que é hipnose?

Segundo o dicionário, a hipnose é a indução de um estado de consciência no qual uma pessoa aparentemente perde o poder da ação voluntária e é altamente responsiva à sugestão ou direção. É utilizada na terapia em geral para recuperar memórias suprimidas ou para permitir a modificação do comportamento por sugestão.

A hipnose possui técnicas gerais que podem ser utilizadas com todos, mas algumas se adaptam melhor a determinados perfis de indivíduos, que podem torná-las mais suscetíveis à concentração e foco ao ponto necessário, como por exemplo no método de Hipnose Ericksoniana.

O que é o transe hipnótico?

De acordo com a abordagem ericksoniana o transe hipnótico é um período quando as limitações conscientes do paciente são parcialmente suspensas, de modo que o indivíduo passa a ser receptivo à associações e meios de funcionamento mental que são facilitadores na solução de problemas. Pode acontecer em diferentes níveis e apresentar distintas características: a pessoa hipnotizada pode entrar em transe leve, médio ou profundo. Veja as características de cada um desses estados:

  1. Transe leve: durante o “transe leve” percebe-se sinais como: catalepsia, diminuição dos movimentos, respiração e pulso lentos, e às vezes sinais ideomotores.
  2. Transe médio: no “transe médio” a catalepsia é acentuada, os músculos da face ficam soltos, o movimento de deglutição fica diminuído, há sinais ideomotores, movimentos oculares e respiração lenta.
  3. Transe profundo: no “transe profundo” é similar ao estágio anterior ao sono, podendo ocorrer movimento rápido dos olhos; é possível abri-los de forma acordada “diferente”, mas os olhos ficam vidrados e fixos ou permanecem com um olhar vago; pode-se falar ou andar, numa atividade semelhante ao sonambulismo

Quem pode ser hipnotizado?

Em geral, todas as pessoas podem ser hipnotizadas, com exceção de pessoas com algumas doenças neurológicas e físicas, pois os níveis de consciência e concentração, bem como a percepção da realidade são diversas.O único requisito para ser hipnotizado é querer e estar disposto a isso, estar engajado no processo e o realiza em parceria com o hipnólogo, sempre voltado para o desenvolvimento da resiliência e qualidade de vida.

Sugestionabilidade hipnótica

Sugestionabilidade é uma qualidade psicológica que define a disposição de alguém para receber uma ideia e ser por ela influenciado, de forma a agir e/ou pensar conforme a ideia recebida.

Assim, a sugestionabilidade hipnótica é uma das variáveis que influenciam a indução do estado de transe em pessoas, pois diz respeito à responsividade de uma pessoa a hipnose. O grau ou nível de sugestionabilidade hipnótica é associado ao grau ou nível de responsividade a induções hipnóticas. Assim, quanto maior os escores de sugestionabilidade hipnótica, mais uma pessoa está suscetível a ser hipnotizada.

Pode-se hipnotizar uma pessoa que não quer?

A resposta é: não, pois a disposição é fundamental para o indivíduo entrar em processo de transe hipnótico. Além disso, a hipnose é, em última instância, sempre uma auto-hipnose, sem a contribuição ativa do próprio indivíduo não se atinge o nível de relaxamento e disponibilidade para ser conduzido pelo hipnólogo às experiências hipnóticas durante a hipnoterapia.

Pesquisas verificaram que indivíduos mais propensos à hipnose possuem diferenças nas estruturas do cérebro.

Como conscientizar sobre a suscetibilidade?

Existem algumas questões ao lidar com pessoas difíceis de hipnotizar, que geralmente buscam a hipnose como entretenimento (especialmente a hipnose de palco). Uma delas é atribuir à pessoa responsabilidade, lembrando-a que a hipnose perpassa por uma auto-hipnose, sendo o hipnólogo apenas um operador que contribui para o indivíduo entrar em transe naquele momento.

O processo é uma parceria para a obtenção da experiência hipnótica, que visa tanto o bem estar de quem está sendo hipnotizado, quanto para quem aplica e para quem assiste.

Dificuldades reais

No entanto, existem alguns indivíduos que genuinamente desejam ser hipnotizados mas vivenciam dificuldades para responder aos comandos durante as induções. Alguns estudos sugerem que ser filho de pais autoritários pode afetar a suscetibilidade às sugestões, especialmente aos comandos denominados Comando Pai, que são mais autoritários, pois podem desencadear bloqueios automáticos numa tentativa de controle da situação.

Exemplos de resistências à hipnose

Alguns tipos de resistências a ser hipnotizaram já foram citadas na literatura, tais como:

  1. Medo do transe: uma resistência muito comum é o medo do que pode acontecer durante o transe e não estar no controle total da situação, sendo que durante o transe a pessoa não perde sua consciência e pode sair do estado de transe por vontade própria ou mesmo com o passar do tempo.
  2. Preconceito e desinformação: algumas pessoas acreditam, por falta de informação, que a hipnose é uma forma de controle da mente, uma crença que é reforçada pelos desenhos animados, filmes e literaturas fantasiosas.
  3. Medo do hipnólogo: outras pessoas acreditam que a hipnose seria algum tipo de exercício de poderes místicos e por isso desenvolvem medo de se submeter ao processo de transe.
  4. Linguagem inadequada: algo que pode reforçar resistências do indivíduo é a linguagem ou sugestão inadequada para o perfil do indivíduo, pois a pessoa pode não entender determinado tipo de sugestão ou sentir dúvidas a respeito do processo. É importante deixar estabelecido como será todo o processo para que a pessoa sinta confiança e segurança no processo do transe.

A aplicação de sugestões adequadas

Observando os indivíduos através das três principais categorias definidas pela Programação Neuro Linguística que são: visual, auditivo e cinestésico. Assim, não é eficaz aplicar uma sugestão voltada ao sistema visual em uma pessoa mais cinestésica. Deve-se ter o indivíduo em específico para delimitar o processo de trabalho por parte do hipnólogo.

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Referências:

MONTGOMERY, G.H. et al. The impact of hypnotic suggestibility in clinical care settings. Int. J. Clin. Exp. Hypn. 2011;59(3).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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