Paralisia do sono

01/06/2021 às 21:15 Hipnose

Paralisia do sono

Você já conheceu pessoas que têm medo de dormir? Veja só um dos motivos que explicam esse medo!

O que é paralisia do sono?

A paralisia do sono acontece quando o relaxamento muscular profundo ou ausência do tônus muscular (atonia) que acontece durante a fase REM do sono continua mesmo após o despertar, sem outras características clínicas de narcolepsia.

Os episódios de paralisia do sono podem ser caracterizados por atonia muscular, com movimentos respiratórios e oculares preservados, ocorrendo no início ou final do sono. São episódios normalmente breves e que desaparecem espontaneamente ou por meio de estímulo externo. Ao acordar, o indivíduo está consciente mas se vê incapaz de movimentar seu corpo, como se este estivesse “anestesiado”. Durante essa paralisia consciente, a maioria dos indivíduos têm sonhos vívidos, multissensoriais, muitas vezes com conotações negativas, associado a paralisia do sono a uma experiência muito desagradável.

A paralisia do sono pode ser classificada em paralisia do sono isolada (pelo menos 2 episódios a cada seis meses) ou recorrente, e pode ser associada a angústia clinicamente significativa. Cerca de 7,6% da população tem paralisia do sono, sendo a prevalência maior em estudantes (28,3%), e atinge mais pessoas do sexo feminino.

Basicamente, as características da paralisia do sono são:

  1. Presença: intrusiva percebida, medo e alucinações visuais ou auditivas, que levam o indivíduo a um estado de hipervigilância;
  2. Incubus: seria uma associação com a sensação de pressão no peito, dificuldades para respirar e dor no tórax;
  3. Experiência vestíbulo-motora: experiências associadas à sensação de estar fora do corpo, flutuando ou voando, e está relacionada com a posição, orientação e movimento do corpo.

Alucinações

Um dos sintomas da paralisia do sono podem ser alucinações visuais que envolvem a percepção da presença de uma pessoa ou algo perigoso no quarto. Também podem haver sensações de pressão sobre o tórax, tendendo a ser acompanhada de ansiedade, paralisia e sensações de sufocamento. Essas alucinações fizeram alguns estudiosos inicialmente denominarem a paralisia como pesadelos. Além disso, pacientes podem ter alucinações da presença de uma pessoa no quarto se relacionando sexualmente com elas, o que já chamou a atenção de diversas culturas no mundo a respeito, principalmente de linhagens espiritualistas.

Essas “visitas” eram descritas não como um pesadelo, mas como sendo a visita noturna de um ser malévolo que ameaça tirar a vida da própria pessoa, as quais relatam se sentir paralisadas, sem conseguir falar, se sentindo desamparadas e sobrecarregadas com medo e terror extremo.

Todas essas questões levaram o imaginário cultural a associar o transtorno com algo sobrenatural para dar conta de explicar a alucinação da presença de um intruso em seu quarto.

Associações com transtornos psiquiátricos

A paralisia do sono está associada a uma série de condições médicas, como a narcolepsia, convulsões e hipertensão. De igual forma, distúrbios do sono, insônia, jet lag, descendência africana, status estudantil e ocupação também estão associados a esse transtorno. A paralisia do sono também está associado a vivência de traumas como:

  • Abuso sexual infantil: associações foram encontradas em ambos, como episódios alucinantes visuais, táteis e auditivos assustadores;
  • Transtornos de ansiedade: estudos demonstram a conexão entre a paralisia do sono e altos níveis de ansiedade, principalmente devido a ciclos de sono irregulares, já que a paralisia do sono tende a ocorrer em conjunto com perturbações no sono.
  • Transtorno do estresse pós-traumático: pessoas com padrões de sono irregulares devido ao TEPT podem ter maior vulnerabilidade para a paralisia do sono.

Abordagens culturais à paralisia do sono

Existem diversas influências culturais e religiosas acerca dos casos de paralisia do sono vistos mundialmente. De acordo com a literatura, nenhum caso foi associado com sofrimento a longo prazo. Cada local do mundo tem desenvolvido sua forma própria de lidar com a paralisia do sono.

Os gregos antigos tratavam a paralisia do sono através da flebotomia, além de recomendarem uma dieta específica. No entanto, atualmente não existem estudos que comprovem que esta abordagem seja eficaz na paralisia do sono.

Os chineses abordaram a paralisia do sono através da ajuda de um espiritualista. Italianos, por outro lado, acreditam que dormir de bruços e colocar uma vassoura próxima da porta com um monte de areia na cama vai ajudar a preveni-la.

Em países com o Cambodia, são realizados rituais para retirar o “mau agouro”, muito comum entre pessoas não escolarizadas. Outra crença cultural a respeito da paralisia do sono é que ela seria a visita de um fantasma, e isso envolve, por exemplo, mortos que foram cremados há 3 anos ou mais. Rituais de “cura” são realizados para “retirar fantasmas que estariam no corpo da pessoa” com água benta e outros itens.

A interpretação afro-americana da paralisia cerebral atribui a paralisia do sono à visita de um fantasma ou espírito mal, procurando ajuda profissional ou religiosa pois tem medo de que fiquem paralisados para toda a vida.

Recuperação

A paralisia do sono geralmente cessa quando o indivíduo recobra o movimento de alguma parte de seu corpo ou são acordados por alguém que entra no quarto.

Muitos indivíduos aplicam medidas diferentes para lidar com a paralisia a partir de sua resiliência e consciência, além de vontade para ter qualidade de vida. Os cristãos, por exemplo, leem a bíblia e rezam. Outros usam técnicas de relaxamento, escutar uma música, beber água e meditar em pensamentos negativos.

A abordagem médica ao tratamento da paralisia do sono envolve o esforço para identificar o que está por trás do diagnóstico. Se o paciente sofre de paralisia do sono isolada, os indivíduos devem ser educados para não se machucarem durante uma crise. Se a paralisia do sono estiver associada a outras doenças ou transtornos de saúde mental, estas devem ser primordialmente tratadas. O indivíduo também deve ser orientado a incluir práticas de higiene do sono em sua rotina diária.

Abordagens multidisciplinares também são recomendadas. O estado de transe durante uma sessão de hipnoterapia, por exemplo, promove o relaxamento profundo do indivíduo em um ambiente seguro, no qual ele possa entender as associações inconscientes com o transtorno.

 

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Referências:

FAROOQ, M. & ANJUM, F. Sleep paralysis. StatPearls. 2021.

OLUNU, E. et al. Sleep paralysis, a medical condition with a diverse cultural interpretation. Int J Appl Basic Med Res. 2018;8(3).

RAMOS, D.F. et al. Paralisia do sono recorrente - medo de dormir. Rev Paul Pedriatr. 2020;38.


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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