O que são esquemas cognitivos e como usá-los a seu favor?

29/09/2021 às 17:47 Hipnose

O que são esquemas cognitivos e como usá-los a seu favor?

A psicologia atual desenvolveu diversas ferramentas para promover autoconhecimento e crescimento biopsicossocial do ser humano interessado. Você conhece a terapia do esquema? Vem que a gente te mostra!

Terapia focada no esquema

A terapia focada no esquema ou terapia do esquema é uma abordagem integrativa, sistemática e estruturada. Seu desenvolvimento começou a partir da preocupação de Jeffrey Young com pacientes que apresentavam problemas interpessoais de longa duração, relacionados com transtornos de personalidade. Tais pacientes apresentavam dificuldades para se beneficiarem do modelo de tratamento da terapia cognitivo-comportamental de curta duração.

Assim, para Young a terapia focada nos esquemas para tratamento dos transtornos da personalidade representa uma evolução do modelo cognitivo de Aaron Beck, por enfatizar um nível mais profundo de cognição dos esquemas iniciais desadaptativos.

O que são esquemas cognitivos?

Na terapia dos esquemas, estes são chamados de Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDS), formados a partir da interação entre o temperamento pessoal com um ambiente que não atende às necessidades emocionais básicas. São esses esquemas disfuncionais que medeiam o aparecimento e a manutenção dos padrões problemáticos complexos e duradouros. Até o momento foram descritos 18 EIDs. Cada um representa um tema amplo sobre si mesmo e sobre a relação pessoal com terceiros. Compreendem memórias, emoções, cognições, sensações corporais e são disfuncionais em um grau significativo.

Dessa forma, os esquemas são estruturas estáveis e duradouras que se desenvolvem e se cristalizam precocemente na personalidade e/ou ao longo da vida do sujeito e que se encontram associadas a diversas psicopatologias. Caracterizam-se como padrões emocionais e cognitivos desadaptativos, que tendem a se repetir ao longo da vida, configurando processos de funcionamento da personalidade que medeiam a interação do indivíduo com a realidade.

Questionário de esquemas de Young

Para identificar os esquemas iniciais desadaptativos, Young construiu um instrumento chamado Questionário de esquemas de Young, cuja versão original é composta por 205 afirmativas, e em sua versão reduzida 75 itens, além de uma versão mais recente formada por 90 itens. Os esquemas são caracterizados em cinco grandes domínios, assim, o questionário avalia os 15 esquemas iniciais desadaptativos mapeados pelo somatório dos resultados de cada grupo de cinco questões.

Tipos de esquemas desadaptativos

Os diversos tipos de esquemas encontram-se categorizados em cinco grandes domínios. São eles:

  1. Desconexão e rejeição: domínio ligado ao sentimento de frustração vivenciado pela pessoa com relação às expectativas de segurança, estabilidade, carinho, empatia, compartilhamento de sentimentos, aceitação e consideração. O questionário de Young avalia cinco esquemas que estariam vinculados a este grupo: privação emocional, abandono, desconfiança/abuso, isolamento social e defectividade/vergonha.
  2. Autonomia e desempenho prejudicados: Domínio que avalia sentimentos de incapacidade experimentados pelo indivíduo no que tange à possibilidade de se separar dos demais conquistando a autonomia necessária para sobreviver de forma independente e com bom desempenho (os esquemas são fracasso, dependência/incompetência, vulnerabilidade a dores e doenças, emaranhamento).
  3. Limites prejudicados: possível de ser identificado pela deficiência nos limites internos, pela ausência de responsabilidade com os demais e/ou pela dificuldade de orientação para a concretização de objetivos distantes. Caracteriza prejuízos com relação a respeitar os direitos dos outros, a cooperar e a se comprometer com metas ou desafios. Os esquemas associados a este domínio são os de merecimento e autocontrole/autodisciplina insuficientes.
  4. Orientação para o outro: trata-se de um funcionamento que, quando presente na personalidade, ocasiona um foco excessivo para os desejos e sentimentos dos outros, em função da constante busca de obtenção de amor. Muitas vezes, a pessoa suplanta suas próprias necessidades com o intuito de obter aprovação, podendo suprimir sua consciência, sentimentos e inclinações naturais. Os esquemas de subjugação e auto-sacrifício compõem este grupo.
  5. Supervigilância e inibição: Refere-se ao bloqueio da felicidade, autoexpressão, relaxamento, relacionamentos íntimos e ao comprometimento da própria saúde em razão da ênfase excessiva na supressão dos sentimentos, dos impulsos e das escolhas pessoais espontâneas. Regras e expectativas rígidas internalizadas sobre desempenho e comportamento ético geralmente integram esse padrão de funcionamento. Inibição emocional e padrões inflexíveis são os dois esquemas que integram esse contexto.

Quando os esquemas se manifestam?

Os EIDs aparecem quando os pais ou outros cuidadores primários são caracterizados como emocionalmente frios, imprevisíveis, hostis ou invasivos. Os padrões cognitivos formados são derrotistas, resistentes e com papel formador na identidade. As emoções negativas que acompanham são intensas e os métodos empregados para lidar com elas geralmente são disfuncionais. Eles reforçam e contribuem para a perpetuação dos esquemas. Paradoxalmente, o EID se torna obstáculo para a satisfação das mesmas necessidades envolvidas em sua formação e na obtenção de uma vida mais significativa.

Objetivos da terapia do esquema

Os objetivos da terapia do esquema perpassam propiciar o autoconhecimento e diminuir as interferências causadas por reações emocionais desadaptativas, respostas cognitivas derrotistas e padrões comportamentais inflexíveis. Busca estabelecer e reforçar modos de enfrentamento mais adaptativos e os aspectos adultos sadios. Dessa forma o indivíduo rompe os mecanismos de manutenção dos EIDs e adquirem condições de suprir necessidades básicas, atingir objetivos maiores e ter uma vida liberta dos grilhões do seu passado, rumo a uma melhor qualidade de vida.

Como usar os esquemas a seu favor?

Ao identificar o esquema desadaptativo que está atravancando seu crescimento pessoal, é possível buscar o preenchimento das necessidades emocionais essenciais negligenciadas na formação do esquema durante o crescimento. Assim, é possível estabelecer um vínculo seguro com outras pessoas, incluindo proteção, estabilidade e segurança, reforçar a autonomia, competência, resiliência, e senso de identidade, além de reforçar a liberdade para expressar necessidades e emoções de forma espontânea. Assim, a terapia do esquema fortalece o vínculo consigo mesmo e com as próprias necessidades, para que possam ser supridas.

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Referências:

CAZASSA, M.J. & OLIVEIRA, M.S. Terapia focada em esquemas: conceituação e pesquisas. Arch. Clin. Psychiatry. 2008;35(5).

DUARTE, A.L.C. et al. Esquemas desadaptativos: revisão sistemática qualitativa. Rev. bras. ter. cogn. 2008;4(1).


Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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