Manejo das crises epiléticas

06/07/2021 às 18:47 Hipnose

Manejo das crises epiléticas

Apesar do alto número de pessoas com epilepsia no mundo, a desinformação a respeito do que é epilepsia e como manejar as crises ainda não chega para todos. Como lidar bem com crises epiléticas? Dá uma olhada!

O que é epilepsia?

A epilepsia é uma condição neurológica crônica caracterizada pela ocorrência não-provocada de duas ou mais crises convulsivas ao longo da vida. Existem diversos tipos de epilepsia e suas causas nem sempre estão claras, sendo que sua origem pode ser genética ou adquirida ao longo da vida.

A epilepsia gera uma série de descargas eletroquímicas no cérebro que podem acontecer de forma precipitada, e desencadeada por fatores endógenos e exógenos.

Crises epiléticas

As crises epiléticas possuem muitas ramificações e tipos, bem como as formas de manifestação são diversas. Os sintomas no corpo dependerão da área cerebral afetada pela crise convulsiva, dessa forma, o paciente pode perder parcial ou completamente a sua consciência, fazer movimentos motores involuntários ou até mesmo cair no chão. É preciso distinguir se a pessoa com epilepsia continua consciente durante uma crise e estar disposto a ajudá-la no que for necessário.

Cerca de 20-40% dos pacientes recém-diagnosticados com epilepsia se tornam refratários aos medicamentos, independente de sua ótima administração. Para esses tipos de epilepsia refratária recomenda-se, portanto, o tratamento não-farmacológico e complementar.

Crises epiléticas não controladas podem resultar em altas taxas de mortalidade, acidentes, prejuízos cognitivos e psiquiátricos, baixa autoestima, níveis aumentados de ansiedade, depressão, estigmatização e isolamento social, e morte súbita inexplicável.

Manejo não farmacológico das crises

O manejo não farmacológico da epilepsia é uma proposta de intervenção integral no tratamento do ser humano com epilepsia interessado em assumir autonomia frente ao seu tratamento. Envolve o autoconhecimento, a promoção de hábitos e condições de vida saudáveis e adequadas ao quadro epilético específico da pessoa, processo a partir do qual aprende a lidar com a epilepsia no dia a dia.

No início do tratamento, muitas pessoas com epilepsia não conhecem os mecanismos de funcionamento da sua condição neurológica, o que leva a ser pego de surpresa com a “imprevisibilidade” das crises convulsivas.

No entanto, pesquisas mostram que as crises convulsivas não ocorrem “do nada” mas, sim, seguem um padrão que mais ou menos acompanha o comportamento e o estado mental do indivíduo.

O cuidado em epilepsia

É fundamental que o profissional de saúde promovam um acompanhamento individualizado, humanizado e educativo ao paciente com epilepsia, especialmente o neurologista que, quando disponível, consegue esclarecer as dúvidas da pessoa e seus familiares, o que diminui o estigma e aumenta a colaboração da família para com a adesão da pessoa ao tratamento. É importante que juntos, médicos e pacientes, desenvolvam uma forma de conhecer a epilepsia daquele paciente em si, levando em consideração o seu histórico de vida.

A busca dos cuidados se volta ao reconhecimento, por parte do paciente, de seus hábitos de vida que podem estar impactando ou favorecendo o desencadeamento de crises, através do que chamamos de fatores precipitadores, ou seja, que antecedem a ocorrência da crise.

Fatores precipitadores

Os fatores precipitadores são todos aqueles pensamentos, sentimentos, comportamentos e hábitos que podem levar ao desencadeamento de crises convulsivas, seja no curto ou médio prazos, em decorrência de uma relação subjetiva e fisiológica com o evento. Veja alguns dos fatores que podem precipitar crises epiléticas:

  • redução na dose medicamentosa
  • ingestão de álcool
  • comidas cafeinadas
  • mudanças na medicação
  • constipação
  • tomada de decisões
  • reflexões profundas
  • telas eletrônicas
  • estresse emocional
  • excitamento ou choque
  • fadiga
  • febre
  • luzes oscilantes
  • refeições pesadas
  • menstruação
  • refeições perdidas
  • medicações perdidas
  • uso de drogas
  • dor
  • combinação de outras drogas com os anticonvulsivos
  • conflitos interpessoais
  • fumar ou tabagismo
  • vômito/diarreia/suadeira
  • mudanças climáticas

São fatores internos ou externos, pessoais, interpessoais ou ambientais que podem afetar o desencadeamento de crises após dias ou mesmo em horas e minutos. Pesquisas mostram que cerca de 80% dos pacientes relatam reconhecer no mínimo um desses fatores como desencadeadores de suas crises, sendo o estresse, a privação do sono, a fadiga, o ciclo menstrual, as emoções, o uso de álcool e doenças em geral foram as principais.

Dessa forma, o indivíduo pode reconhecer o que está contribuindo para o desencadeamento das suas crises e passa a evitar ou mesmo eliminar aquele fator de sua vivência diária e quando isso não é possível, ressignificar a presença do mesmo e adaptar-se.

Além disso, reconhecer os fatores que predispõem as crises convulsivas empodera o indivíduo e amplia seu senso de contribuição, tanto para o tratamento de seu caso, quanto da própria compreensão sobre a epilepsia.

Sinais preditores

Os chamados sinais preditores, sinais pré-ictais ou sinais-alerta podem ser usados pelo indivíduo para identificar a ocorrência presente ou futura de uma crise epilética. Diante do reconhecimento de algum sinal de que a crise vai ocorrer ou está ocorrendo, o indivíduo adotar comportamentos que possam evitar prejuízos maiores caso a crise ocorra, ou ainda implementar estratégias cognitivas e emocionais espontâneas para tentar controlar a própria crise.

Esses sinais preditores são características subjetivas que podem constituir aspectos clínicos relevantes. Elas podem ser: mudanças sensoriais, comportamentais, cognitivas, emocionais como mudanças de humor, fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, sintomas gastrointestinais, mudanças no apetite e alteração de voz que podem preceder as crises desde alguns segundos ou minutos antes até dois dias antes da ocorrência de uma crise epilética, e esses sinais podem durar cerca de 30 minutos até uma hora.

Mecanismos do manejo

A base do entendimento da epilepsia é que todo comportamento humano afetam as conexões elétricas e bioquímicas do cérebro, os quais podem imprimir padrões de disparo anormais, demonstrando a intrínseca relação entre os padrões de vida levados pelo indivíduo, o modo como ele encara essas situações de vida e o estado neuronal, fisiológico do cérebro. Assim que mudamos o comportamento para evitar as crises convulsivas, é possível que o cérebro passe a considerar que deve retornar ao estágio normal quando algo específico for implementado pelo indivíduo, que cria maior resiliência frente a estas.

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Conheça mais:

Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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