Primeiros cuidados em epilepsia: o que fazer durante uma crise?

07/06/2021 às 18:04 Hipnose

Primeiros cuidados em epilepsia: o que fazer durante uma crise?

Você sabia que 1 a 2% da população mundial vive com epilepsia diariamente? A epilepsia não é uma doença ou algo que está estampado no rosto das pessoas com quem convivemos: uma pessoa com quem você tem relação em casa, no trabalho ou mesmo na rua pode ter uma crise epilética, já que 5% da população geral pode ter pelo menos uma crise convulsiva durante a vida. O que fazer?

O que é epilepsia?

Mais correto seria perguntar o que são as epilepsias, pois na realidade são um conjunto de síndromes que têm em comum a presença repetida de crises convulsivas, seja por uma causa anatômica ou funcional, caracterizado por uma predisposição duradoura a crises epilépticas e as condições neurobiológicas, sociais, cognitivas e psicológicas que acompanham a epilepsia. É uma doença crônica composta pela recorrência de crises convulsivas não provocadas.

Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com epilepsia, fazendo desta uma das doenças neurológicas mais comuns, principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil, onde residem cerca de 80% das pessoas com epilepsia. Estima-se que cerca de 70% da população com epilepsia poderia viver livre de crises se recebesse o diagnóstico e tratamento adequados. Existe um risco aumentado de morte súbita em pessoas com epilepsia.

As causas da epilepsia podem variar de acordo com a idade da pessoa, no entanto, na maioria dos casos a causa é desconhecida ou acreditada como sendo genética. Mudanças durante o crescimento do cérebro e infecções também podem contribuir para o desenvolvimento.

Dentre as causas, podemos citar ainda:

  • Malformações cerebrais
  • Falta de oxigênio durante o parto
  • Baixos níveis de açúcar, cálcio e magnésio no sangue
  • Erros genéticos no metabolismo
  • Uso de drogas pela mãe
  • Febres altas (crises febris)
  • Tumores cerebrais
  • Infecções
  • Doenças congênitas (síndrome de Down, esclerose e neurofibromatose)
  • Fatores genéticos
  • Traumatismo craniano
  • Acidente Vascular Cerebral
  • Alzheimer
  • Outros traumas.

Diagnóstico da epilepsia

A epilepsia é diagnosticada a partir da ocorrência de pelo menos duas crises convulsivas não provocadas, não causadas por alguma condição médica reversível como abstinência ao álcool ou açúcar no sangue extremamente baixo.

Além do relato clínico do histórico pessoal e familiar, o neurologista poderá requerer alguns exames como o eletroencefalograma (EEG), a Ressonância Magnética ou a Tomografia.

Crises epiléticas

As crises epilépticas e crises convulsivas são definidas como a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido a uma atividade neuronal síncrona ou excessiva no cérebro, ou seja, um grupo de células descarregam uma quantidade excessiva de energia, em partes localizadas ou simultâneas do cérebro. Esses sinais ou sintomas incluem fenômenos anormais súbitos e transitórios tais como alterações da consciência, eventos motores, sensitivos/sensoriais, autonômicos ou psíquicos involuntários percebidos pelo indivíduo ou por um observador. Podem variar desde lapsos na atenção até movimentos musculares involuntários, ou severas e prolongadas convulsões. Também pode variar na frequência, indo de menos de 1 por ano até várias por dia.

As crises podem estar relacionadas à uma lesão cerebral ou a uma tendência genética, familiar, mas na maioria dos casos a causa é totalmente desconhecida. Muitas pessoas com epilepsia tem mais de um tipo de crise e também podem apresentar outros sintomas neurológicos.

As convulsões ou crises epiléticas podem ser dividas em crises:

  • Parciais: onde há perda parcial ou nenhuma do nível de consciência.
  • Generalizadas: quando há perda da consciência e do tônus muscular, em geral a pessoa pode se debater ou cair.
  • Crises de ausência: é considerada um “desligamento” temporário da consciência, comum em crianças.
  • Crises fotossensíveis: crises desencadeadas pela exposição à luz.

Primeiros socorros durante uma crise

Não é incomum as pessoas se assustarem diante de uma crise epilética, pois não presenciam esse tipo de situação no dia a dia e, principalmente, por não saber o que fazer na hora. Apesar de as pessoas se sentirem temerosas em auxiliar uma pessoa durante a crise, a ajuda é fundamental, visto que durante o processo da convulsão existe risco de lesões em decorrência da perda brusca ou rápida da consciência, o que pode ocasionar queda desprotegida no chão, gerar ferimentos e até mesmo fraturas.

Não há qualquer risco ao ajudar uma pessoa com epilepsia, pois ela não é contagiosa ou transmissível, e muito simples. Veja o que fazer:

  1. Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor, e passe calma e resiliência para a pessoa em crise;
  2. Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
  3. Acomode o indivíduo em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;
  4. Utilize material macio para acomodar a cabeça do indivíduo, como por exemplo; um travesseiro, casaco dobrado ou outro material disponível que seja macio;
  5. Posicione o indivíduo de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;
  6. Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
  7. Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
  8. Ao término da convulsão a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar.Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.

O que não deve ser feito durante a crise convulsiva:

 

  • Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;
  • Nunca coloque a mão dentro da boca da vítima, as contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo;
  • Não jogue água no rosto da vítima.

Preconceitos e epilepsia

A epilepsia tem um longo histórico associado com o misticismo. Ao tentar explicar a ocorrência das crises epiléticas, as pessoas com epilepsia já foram consideradas como “tendo um encosto” ou “maldição”, que seria visitada por espíritos malignos ou era possuída pelos mesmos. Percebemos na história que a tendência para explicar os fenômenos da natureza antigamente era de uma forma muito caricata e mitológica. Com o avanço da ciência, pudemos perceber que a epilepsia é derivada de um processo cerebral mas os preconceitos ainda continuam os mesmos.

Algumas pessoas acreditam que a epilepsia é contagiosa, isolando a pessoa com epilepsia e não convivendo com ela por um estigma muito propagado. Ações no mundo inteiro, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS) movem esforços no sentimento de esclarecer os estigmas acerca da epilepsia, bem como preencher a lacuna de diagnóstico e tratamento existente.

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Rodrigo Huback

Rodrigo Huback Head Trainer de Practitioner PNL, Master PNL, Método B2S e Hipnose Clínica

Mais de 14 anos dedicados ao desenvolvimento humano; Mais de 20 anos empreendendo em alta performance; Pedagogo; Master Trainer em PNL; Master Trainer em Coach; Membro Trainer de Excelência na NLPEA; Membro Trainer da ANLP; Trainer Comportamental; Hipnoterapeuta.


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