Você sabe o que é o eterno retorno? Algumas ideias filosóficas, por mais que impactem a vida da sociedade em massa, nem sempre chegam ao conhecimento da maioria das pessoas, para que elas possam aplicar em suas vidas. Nesse post do IBND, vamos falar sobre isso, boa leitura!
Quem foi Friedrich Nietzsche?
Friedrich Nietzsche foi um filósofo nascido na Prússia em 1844, que também desempenhou funções como filólogo, crítico cultural, poeta e compositor. Seus escritos se relacionam com a crítica da religião, a moral, a cultura contemporânea, a filosofia e a ciência.
Tendo crescido em uma família luterana, Nietzsche pensou em seguir carreira como pastor, no entanto, afastou-se da carreira teológica e deu início aos estudos de filologia clássica e teologia. Durante dez anos se dedicou ao pensamento grego antigo, especialmente os pré-socráticos como Heráclito e Empédocles. Em 1870 voluntariou-se como médico na guerra entre a França e a Prússia. Nietzsche ocupou uma cadeira acadêmica como professor universitário filólogo. Em 1879 foi obrigado a abandonar o cargo por conta de problemas de saúde.
Nietzsche já sabia que suas obras eram muito avançadas para a época e salientava o insucesso da literatura em expor a negação à vida que o pensamento ocidental está exposto. O filósofo teve um colapso mental em 1889 e veio a morrer em 25 de agosto de 1900 na Alemanha.
O que é o eterno retorno?
Traços da doutrina do eterno retorno são encontrados em Heráclito e no estoicismo. Em Nietzsche essa doutrina serve como uma condição para a superação do mais estranho e mais ameaçador de todos os hóspedes: o niilismo.
Dessa forma, o eterno retorno coloca-se como nova referência suprema, uma espécie de novo peso de medidas, dada a morte de Deus afirmada pelo autor em outras obras. O eterno retorno é a condição necessária para a transvaloração de todos os valores, ou seja, a avaliação dos valores de acordo com a perspectiva do eterno retorno, de que o que está acontecendo agora continuaria a se repetir infinitamente, ao menos que se reavalie esse valor, criando novos valores. Aquilo que tende a eternamente retornar, na mesma ordem e sequência.
O conceito do eterno retorno foi desenvolvido por Nietzsche em momentos singulares de sua vida. Sua construção teve sua primeira publicação em A Gaia Ciência, através do aforismo “o maior dos pesos”. Neste aforismo há um encontro com um demônio que questiona: será que seríamos capazes de viver e suportar uma vida em que cada experiência de prazer, de dor, dos próprios pensamentos e de todas as escolhas feitas se repetirão eternamente. Esse eterno retornar impõe o desafio de desejarmos vivê-lo como a mais sublime afirmação ou de amaldiçoá-los como a força mais destrutiva de nossas vidas. Como seria viver a vida em forma de looping? E se isso retornasse eternamente? São perguntas que colaboram com a reflexão a respeito dos valores atuais.
Origem do conceito
Segundo Nietzsche, o conceito veio do nada, enquanto ele parara sobre um grande rocha enquanto caminhava em um lago na Suíça. Para o autor, o conceito é uma verdade alegre, que seria bem acolhida por alguém que ama a vida ao máximo. No entanto, o autor jamais insiste na sua verdade como forma literal. É uma forma de experimentar os pensamentos, para testar a sua atitude perante a vida, que foi se construindo ao longo dos escritos do autor.
É um dos pensamentos mais conflituosos do autor, pois é uma espécie de mecanismo de valor, uma forma de operar uma seleção, uma triagem dos instantes da vida que merecem ser vividos.
Transvaloração dos valores
A transvaloração dos valores significa desprender-se de todos os valores morais e confiar e dizer sim a tudo o ue foi proibido, desprezado, maldito. Dada a impossibilidade de confiar nos conceitos recebidos da moral (que são impostos e desenvolvidos a partir de premissas que negam a vida), a transvaloração entra como o questionamento dos valores transmitidos como absolutos. É preciso suspeitar do valor da moral e desvalorizar valores prevalentes até então mas que não são benéficos à vida. A transvaloração é um rompimento do homem ideal pela tradição para que se tenha o homem real, que não segue e nem sofre as consequências de não aderir aos valores impostos, ou seja, não tem medo de ser tachado como imoral por não segui-los e sem questionar sua integridade, visto que o bem e o mal variam de pessoa para pessoa.
Como aplicar o eterno retorno na vida?
O eterno retorno é uma ferramenta desenvolvida por Nietzsche para enfrentar o niilismo, ou seja, a negação da vida, que o autor considera que se espalha como uma sombra pelo corpo da humanidade, toma de assalto o homem e o leva à decadência. Depois da proposta de que Deus não existe e, portanto, somos nós humanos que definimos os contratos sociais, a ética e a moral, e dessa forma, precisamos combater o cansaço e a desvalorização de todos os valores.
O eterno retorno pode ser uma forma de ampliar o autoconhecimento e reavaliar seus valores, verificar o que está retornando continuamente na sua vida como um ciclo infinito, para poder superar o que não quer mais vivenciar.
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Referências:
BARBÉ, M.B.N. O eterno retorno de Nietzsche: as múltiplas análises de um conceito. Rev. Eletrônica de Filosofia. UESB. 2015;3(1).
NEVES, J. O eterno retorno hoje. Cadernos de Nietzsche. 2013;32.